Reflexões sobre a música do seu evento

Publicado em 12/03/2010

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Eventos sociais transmitem códigos sociais. O visual e a música são os mais importantes. Definir que som terá seu evento vai muito além de uma decisão de produção, mas aponta um estilo, um conceito, uma temporalidade, um nível cultural. Uma série de associações está em jogo, junto com a sua escolha de diversão.

 

As questões principais são:

Que repertório tocar?

Que instrumentos vão se apresentar? Com cantor ou cantores? Quem são os músicos?

Qual será a sonorização?

Que imagem terá essa apresentação?

Em que momento ela será inserida?

 

 

Esses temas fazem parte de uma série de reportagens que a Piano&Cia criou para formar o editorial “Música e eventos”. Cada tema está desenvolvido numa matéria técnica e ilustrativa, de quem entende do assunto.

 

Que músicos escolher – a instrumentação

 

Para decidir a melhor formação musical para o seu evento, é importante entender a função de cada instrumento num arranjo, além de atender aos sonhos e gostos pessoais do anfitrião. Uma música é como um organismo que precisa de elementos responsáveis por cada função. Sem algum destes, até pode ser apresentada numa intenção cênica, mas precisa de todos os seus elementos para funcionar plenamente.

 

Considerando que toda música tem em sua essência elementos de melodia, harmonia e ritmo, há instrumentos relacionados a cada uma dessas funções. A “base” da música, que é a harmonia (acordes) e a condução rítmica, é realizada por instrumentos harmônicos - o piano, o violão, a harpa, o órgão e o cravo. Já a identidade da música, é apresentada pela melodia. Se instrumental, esta pode ser realizada pelos instrumentos harmônicos citados acima e/ou por instrumentos melódicos, que são os solistas das apresentações. Neste segmento figuram os instrumentos de sopro (flauta, clarinete, trompetes, saxofone, etc.) e os de corda (violino, violoncelo, viola e contrabaixo). Outra possibilidade é a música ser cantada com letra ou vocalizada (cantada com ó, por exemplo).

 

A percussão e a bateria são instrumentos responsáveis pela condução rítmica e criação de efeitos sonoros. São mais utilizadas nas apresentações de música popular. Da percussão fazem parte o pandeiro, o triângulo, o prato, etc.

 

Os instrumentos harmônicos são instrumentos completos porque podem conduzir a melodia, a harmonia e o ritmo. Eles são autônomos na realização dos arranjos, em todos os seus elementos e por isso podem se apresentar sozinhos. É o caso de apresentações apenas ao piano ou ao violão. Uma orquestra, coral e conjuntos, como um quarteto ou uma banda, também formam um instrumento completo para apresentar a música plenamente.

 

Já os instrumentos melódicos precisam estar sempre acompanhados de um harmônico ou estarem inseridos em um grupo. É o caso do violino e piano, ou da flauta e violão. Caso contrário, apenas a melodia da música será apresentada, como nos solos de saxofone. Muito bonito como efeito, mas não sustenta uma apresentação.

 

O mais rico para uma apresentação musical é quando o arranjador tem à sua disposição pelo menos duas bases (piano e violão, ou piano e um quarteto) e um ou mais solista. Dessa forma, a melodia pode ser apresentada várias vezes com timbres diferentes, e a “base” da música pode variar entre os instrumentos harmônicos, além de poder estar bastante enriquecida. Quanto mais instrumentos diferentes, maior a riqueza tímbrica do arranjo. E este fica mais completo ainda se puder contar como uma percussão para criar efeitos e dar suíngue.

 

Ademais da escolha dos timbres, importante é selecionar músicos com formação e qualidade musical para realizar a apresentação com beleza e emoção, além de profissionalismo. Valem os mesmo cuidados na contratação de qualquer profissional: referências, contrato e infra-estrutura.

 

A potência e clareza do som vão ser definidas pela amplificação e uma boa sonorização. Se não for amplificar, é importante assegurar um número de músicos suficiente para cobrir sonoramente a área do evento, incluindo os ruídos que farão parte dele.

 

A escolha da instrumentação está associada à “cara” do seu evento. Cabe ao anfitrião definir que estilo e conceito seu evento vai transmitir: se deseja algo mais grandioso ou fino e discreto, se quer inovar ou ser tradicional, se quer economizar ou pagar o necessário. Em casamentos, por exemplo, é muito comum a presença de violinos e anúncio de trompete. Agora imagine se a Marcha Nupcial fosse anunciada por uma flauta e piano, ou se a Ave Maria fosse solada por um clarinete, acompanhada ao violão dedilhado? São informações novas para o ouvinte que certamente marcará com exclusividade seu casamento. Mas há também o caso de noivas de só se sentem casadas se ouvirem a fanfarra de trompetes. De qualquer forma, qualquer apresentação ao vivo é sempre muito mais fina e emocionante do que a reprodução de qualquer CD, por mais importante que seja a orquestra que o gravou. A simples presença dos instrumentos (ainda mais um piano de cauda!) já proporciona um clima diferente. Ver a música sendo produzida naquele exato instante é pura mágica!

 

Há outros pontos importantes no assunto “Música para eventos”, como a escolha do repertório e a sonorização. Mas isso será tema de outra conversa...

 

Esse texto é parte do editorial “Música e eventos”, produzido pela Piano&Cia. Conheça a matéria completa e outras em www.pianoecia.com.

 

 

 

Que música deve tocar? – O repertório

 

O repertório formará a trilha sonora do seu evento. Ele está intimamente relacionado aos músicos que farão parte da apresentação, e foram discutidos anteriormente.

Nos casamentos religiosos, geralmente as paróquias limitam as músicas disponíveis às sacras e clássicas. Já em casamentos civis e outras festas, há total liberdade de escolha das músicas.

Para festas, costuma-se selecionar os estilos e gêneros musicais que mais agradam os anfitriões e convidados. Aponta-se um ou outro título de preferência, e o restante fica a cargo dos músicos. Importante é variar estilos, que podem contemplar temas conhecidos da música clássica e filmes, música estrangeira (tangos, boleros, jazz, baladas, blues, etc.) e música brasileira (MPB, samba, chorinho, valsas, etc.).

A escolha dos estilos reflete o gosto musical dos responsáveis pelo evento e devem estar de acordo com a situação. Nem toda música que toca no rádio vai soar bem na formação instrumental escolhida. Se você escolheu uma apresentação de piano solo, deve optar por músicas que valorizam esse tipo de apresentação, como baladas, jazz, peças clássicas, etc. Converse com os músicos e aceite suas sugestões.

Para cerimônias de casamento, há um tema para cada etapa do ritual. Entradas e saídas devem ser mais fortes e imponentes que os momentos da celebração em si, que devem contemplar temas mais suaves delicados. Sempre que possível, é ótimo inserir músicas que marcaram o relacionamento dos noivos.

Você pode dar um toque de originalidade ao seu evento também através do repertório. Escolha músicas diferentes, com peças de efeito, mas que não se ouve todos os dias. Isso agrada ao público, que pode contemplar antigos sucessos, ou lindas peças, que raramente se vê alguém tocando ao vivo. Garanta a qualidade dos músicos para que arranjos interessantes sejam tocados, demonstrando beleza, virtuosismo e criatividade. A música passa a ser um valor que soma ao evento, e não algo que passa despercebido, ao fundo.

 

A sonorização – o que é isso?

 

Sonorização é o sistema de captação e amplificação do som que parte dos instrumentos. É composto por microfones, mesa de sons e efeitos, amplificadores, caixas de som, e muuuuitos cabos.

A escolha da sonorização deve ser feita pelo músico responsável juntamente com um técnico de som. A potência e o número de caixas dependem do tamanho e formato da área do evento, se é coberta ou ao ar livre, número de convidados, entre outras condições.

A boa qualidade do equipamento vai garantir um som claro e natural, sem ruídos, interferências e chiados, além da altura ideal do som.

 

 

Onde será essa apresentação – o contexto

 

Saber inserir a apresentação musical no local e momento certo do evento pode definir o seu sucesso.

O local deve ser visível aos convidados, para que possam acompanhar e apreciar a performance ao vivo, o que é sempre instigante. Entretanto, em algumas igrejas, os músicos têm que ficar no “Coro”, que é uma espécie de “girau” no fundo e no alto da igreja.

O momento certo depende do objetivo da apresentação no seu evento. Tratando-se de música ambiente, pode permear todo o evento. Se um show ou recital é esperado, importante demarcar esse momento com um anúncio, uma preparação de luzes ou o encaminhamento à outra área do salão.

Para completar a beleza da sua apresentação, ela deve estar afinada com o visual. Além de algum planejamento sobre o figurino dos músicos, pode-se prepara algum efeito cênico com elementos de cenário e iluminação decorativa, em acordo com a decoração da festa.

 

Esse texto é parte do editorial “Música e eventos”, produzido pela Piano&Cia. Conheça a matéria completa e outras em www.pianoecia.blogspot.com


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Comentários

  • disse em 03/09/2014 às 20:09

    5 Excelente artigo.


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